JUST IN TIME X JUST IN CASE PARA GESTÃO DE ESTOQUES
06/04/2017 - Por : Fábio Hoinaski - Área de comprasEscolher entre o Just in Time e o Just in Case pode ser difícil. Conhecer as características dos dois métodos e do seu negócio ajudará a definir o que é melhor
A sua empresa possui ativos. Parte deles está armazenada no estoque, representando dinheiro investido e que está parado.
É por isso que esse elemento precisa ser bem administrado.
Como fazer isso? Existem 2 métodos que podem ser adotados: o Just in Time e o Just in Case.
Essas duas metodologias podem ser adotadas, mas elas são radicalmente opostas.
Enquanto uma foca em manter um estoque reduzido, a outra segue a regra de que se deve manter o máximo de produtos armazenados possível.
Na prática, as empresas usam ambas as técnicas. Tudo depende do momento e da situação em que sua aplicação é exigida.
Como reconhecer as características de cada método? É o que vamos ver a seguir.
No post de hoje vamos mostrar as duas principais ferramentas da gestão de estoques e indicar o que cada uma delas representa.
Então, que tal entender melhor as especificidades delas? Confira!
Just in time (JIT)
Essa metodologia prevê que a empresa trabalhe com o estoque mínimo.
O nível mais baixo de mercadorias ajuda a reduzir custos e possibilita trabalhar melhor a demanda, fatores que fizeram essa técnica se tornar mais conhecida e amplamente adotada.
Para ser efetivo, o JIT depende diretamente de uma previsão de vendas eficiente. Isso porque os produtos somente são produzidos quando há a necessidade.
É importante destacar que isso deve ser feito em tempo hábil para que o pedido seja atendido.
O objetivo fundamental é evitar situações nas quais o estoque excede a demanda.
Assim evita-se despender esforços para controlar o estoque e dar giro às mercadorias.
O ponto negativo que também é o principal cuidado que se deve ter são as incertezas inerentes ao negócio.
Por exemplo: se sua empresa depende de um fornecedor pode ser que ele falhe devido a problemas meteorológicos, de transporte, entre outros.
Se isso acontecer, o seu estoque ficará vazio, o que pode incorrer até mesmo em perda de vendas.
Outra situação prejudicial é nos casos em que houver pedidos urgentes.
Isso pode gerar diversos imprevistos, como o não atendimento dos clientes e uma má avaliação do negócio.
Just in Case (JIC)
Esse método é aquele que acredita que é melhor sobrar do que faltar.
É muito utilizado por empresas que não têm dados de históricos de vendas e, por isso, não conseguem fazer a previsão da demanda.
Porém, é importante fazer essa projeção para evitar que os produtos fiquem obsoletos e tenham que ser descartados porque a validade expirou, por exemplo.
A finalidade dessa técnica é manter o nível de estoque sempre alto e garantir que todos os pedidos sejam atendidos.
Os pontos positivos são a prevenção contra fatores negativos, como mau tempo, pedidos inesperados e urgentes, preço do combustível (que pode ocasionar o aumento do valor da mercadoria), problemas com o transporte, entre outros.
Outra vantagem é permitir que a empresa ofereça vários produtos a pronta entrega.
Ou seja, o negócio está sempre preparado para vender e não se corre o risco de, de forma indireta, encaminhar o cliente à concorrência.
Just in Time x Just in Case: o que é melhor?
Como você pôde perceber, cada um dos métodos tem suas vantagens e desvantagens.
Isso leva à pergunta: qual deles é melhor? Confira os pontos positivos e negativos de cada metodologia.
Vantagens do Just in Time
- Não oferece o risco de obsolescência porque o giro de mercadorias é maior.
- A empresa pode se adequar facilmente às exigências do mercado e mudar conforme o comportamento do consumidor. Isso pode ser feito porque a produção é reduzida.
- Os custos com a manutenção de um espaço físico para o estoque são menores.
- Os erros de produção que ocorrem podem ser observados e corrigidos com rapidez.
Desvantagens do Just in Time
- A não entrega do fornecedor em tempo hábil ou problemas na remessa podem gerar sérios prejuízos para a produção.
- Os pedidos em massa ou urgentes nem sempre serão atendidos devido à falta de capacidade da empresa.
- A empresa precisa se planejar melhor, tendo amplo conhecimento sobre seu ciclo de vendas e os produtos que são mais solicitados pelos clientes.
Vantagens do Just in Case
- A empresa pode oferecer descontos por lote porque pode trabalhar com grande quantidade.
- Os produtos em estoque podem ser colocados à mostra e, com isso, têm maiores chances de venda.
- A empresa se resguarda em caso de problemas com o fornecedor. Ou seja, ela tem produtos suficientes para atender os pedidos por mais algum tempo.
- As demandas são atendidas de maneira rápida, o que aumenta a satisfação do consumidor com relação ao prazo de entrega.
Desvantagens do Just in Case
- A organização precisa investir um valor mais alto para manter os produtos em estoque.
- As mercadorias podem sofrer danos ou terem seu prazo de validade vencido enquanto estão armazenadas em estoque.
- O espaço reservado para o estoque poderia ter outra finalidade.
Como você pode perceber, fazer a escolha depende do negócio que você administra.
Pense o quanto confia em seus fornecedores, se os itens produzidos no mercado estão bem consolidados e se você consegue estimar a demanda e analisar o ciclo de vendas.
Essas análises ajudarão a definir a melhor metodologia para o seu caso.
Se você quiser ler um material complementar para subsidiar a sua decisão, verifique o post Estoque de segurança: a importância na gestão de compras.