NCM: POR QUE SUA EMPRESA DEVE ESTAR ATENTA A ESSA OBRIGAÇÃO
08/12/2016 - Por : Fábio Hoinaski - Área de comprasSempre que uma empresa trabalha com a área de compras, ela precisa se atentar à Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
Esse código é importante porque padroniza os produtos na região do Mercosul, o que facilita o processo de compras.
Mas qual é a importância da correta classificação dessa nomenclatura e quais são os riscos e as penalidades que sua empresa pode sofrer se não a seguir?
Neste post, vamos responder a essas e outras perguntas. Quer saber? Então, continue lendo!
O que é e qual a importância do NCM?
Já destacamos que esse código é a Nomenclatura Comum do Mercosul, que serve para indicar a classificação fiscal e a natureza de determinado produto e mercadoria.
O uso é mais amplo em documentos legais, como livros de registro e notas fiscais. No entanto, o código também serve para melhorar a coleta e a análise dos dados do mercado do país e é uma diretriz para o cálculo de impostos federais e para o ICMS em alguns casos.
De modo geral, podemos dizer que a ideia dessa nomenclatura é incentivar o comércio internacional. Por isso, essa classificação fiscal é de responsabilidade da Receita Federal, que obrigou o uso da nomenclatura a partir de 2010.
A nomenclatura é composta por 8 dígitos, sendo que os 6 primeiros números são referentes à categorização do Sistema Harmonizado (SH) e os outros 2 são relativos à categorização do Mercosul.
O código a ser utilizado em determinada mercadoria deve ser pesquisado em tabelas ou no site da Receita.
Por ser uma padronização, o código ajuda a fazer a tributação de produtos de maneira adequada. Isso evita que a sua empresa tenha problemas com o Fisco e assegura mais transparência nos processos de importação e exportação.
Quais são os principais riscos e penalidades?
Apesar de compreenderem a necessidade de usar a nomenclatura corretamente, muitas empresas acabam cometendo erros.
Confira quais são as falhas mais cometidas, as penalidades que podem ser aplicadas e os riscos que a sua empresa corre ao adotar essas práticas:
Classificação incorreta de produtos
Um dos principais é a classificação dos produtos em alguns códigos diferentes a fim de evitar o regime de substituição tributária e com o objetivo de conseguir uma margem menor de valor agregado.
Nesse caso, a penalidade é a aplicação de uma multa, que pode ser de até 1% do preço do produto.
Outra possibilidade é falhas no cálculo das alíquotas de tributos (como IPI e ICMS) que incidem na circulação e comercialização de mercadorias.
Nessa situação, o produto pode ficar retido na alfândega ou retornar para o país de origem.
Falta de informações para o cadastro
Muitas empresas delegam a responsabilidade de classificação dos produtos para um único profissional. Porém, isso pode aumentar as chances de erros.
Muitas vezes, esse colaborador não possui todos os dados necessários para o cadastro, incluindo descrição do material, aplicação, função, qual é o principal material considerando o peso etc.
O mais comum é que dados anteriores de outros produtos sejam copiados, o que faz com que os erros continuem sendo perpetuados. Isso também aumenta as chances de a empresa ser punida por fazer uma classificação incorreta, como já abordamos.
Falta de controle nas alterações
Controlar as alterações da classificação de produtos é importante, porque não conseguir fazer isso implica em perda de benefícios (como no caso do Drawback) e na elevação da exposição fiscal. Essa é, portanto, uma boa prática de governança tributária e fiscal.
A dica para evitar problemas é conferir as notas explicativas do Sistema Harmonizado (SH) antes de fazer modificações, porque essas notas apresentam explicações sobre o melhor enquadramento fiscal para cada produto.
Se a modificação for efetivamente realizada, não esqueça de fazer o registro em um controle de todo o histórico de alterações. Isso auxilia na geração de obrigações acessórias e em auditorias que possam ser realizadas no futuro.
Entendeu por que a sua empresa deve estar atenta à classificação NCM? Além de seguir as recomendações do Mercosul, o que facilita os processos de importação e exportação, você também evita problemas com o Fisco e garante mais confiabilidade e transparência. Para entender melhor sobre as questões tributárias, aproveite e leia o post Compliance tributário: o que é e qual a sua importância?