CADEIA DE SUPRIMENTOS PÓS-PANDEMIA: O QUE MUDA?

  16/11/2022 - Por : -

Na verdade, a melhor pergunta seria o que não muda na cadeia de suprimentos pós-pandemia. Afinal, o setor teve que se adequar a alterações em todos os processos de Supply Chain, de ponta a ponta.

E mais, essa mudança precisou ser muito mais rápida do que em qualquer outro cenário. E, naturalmente, poucas empresas estavam realmente preparadas para o trabalho remoto, lidar com VPN, conexões, falhas na comunicação e, principalmente, não atendiam ao nível infraestrutura tecnológica demandada.

Apesar de todos os desafios, o setor logístico apresentou crescimento mesmo nos períodos mais críticos da crise sanitária. Afinal, estamos falando de processos indispensáveis para a engrenagem econômica.

Segundo pesquisas realizadas, em 2021, pela consultoria Kantar, o setor logístico brasileiro apresentou o maior crescimento da América Latina, com 30%. Isso aconteceu, principalmente, pelo boom do comércio eletrônico.

As empresas de logística precisaram, portanto, lidar com uma dualidade muito extrema, que não fazia parte do know how de inúmeros profissionais.

De um lado, quedas exponenciais de algumas atividades, produtos e serviços, como lazer, entretenimento, vestuário etc. E do outro um crescimento extremamente rápido no setor de saúde, higiene e nos e-commerces.

Como em todo cenário de crise, essas alterações geraram aprendizado, algumas atividades e estratégias precisaram ser reavaliadas e outras puderam ser inseridas no novo cotidiano. É exatamente sobre isso que falaremos neste artigo.

Como ficará a cadeia de suprimentos pós-pandemia? O que aprendemos com esse cenário?

Quais foram os maiores desafios da cadeia de suprimentos durante a pandemia?

Antes de analisarmos a cadeia de suprimentos pós-pandemia, precisamos conhecer os maiores desafios que a crise sanitária gerou. Afinal, a resposta do setor às dificuldades são os pontos-chave para o que veremos nos próximos anos.

A Globant, empresa de tecnologia, realizou um relatório destinado à área de Supply Chain, e apontou que os principais desafios para a cadeia de suprimentos, durante a pandemia, foram:

  • previsão de demanda;
  • entregas mais sensíveis, como as refrigeradas;
  • otimização de recursos para garantir a redução de custos e o retorno em investimento tecnológico.

Sem contar, claro, a falta de estrutura e conhecimento para manter grande parte das atividades remotas. Tanto as administrativas, quanto as operacionais.

As principais soluções, que precisaram ser desenvolvidas e aplicadas em tempo recorde, envolveram a otimização de processos, flexibilidade, resiliência e um modelo não linear. Todos os movimentos possibilitados por sistemas, softwares e ferramentas digitais.

Tais como:

  • sistemas corporativos de comunicação, como Google Meet, Zoom etc;
  • ferramentas de automatização, como soluções de e-Procurement, ERP, software de gestão de estoque, rastreamento de cargas, entre outros;
  • cloud computing.

Além da tecnologia, notamos um movimento claro em grandes empresas para contornar as dificuldades do período pandêmico, e uma delas foi a flexibilização de processos. Incluindo, portanto, a diversificação das bases de fornecimento, estratégias de nearshoring ou regionalização.

E, itens que passaram muitas vezes despercebidos, foram o estreitamento da comunicação com fornecedores e o relacionamento mais transparente com o cliente final.

Devido à escassez de alguns suprimentos, paralisação de setores e a dificuldade de transporte, muitas empresas precisaram dialogar com as diversas pontas. Principalmente para alinhar as expectativas sobre qualidade, entrega e prazos.

Estritando, portanto, o relacionamento com clientes, fornecedores e colaboradores. Afinal, era preciso contar com a colaboração e compreensão de todos os envolvidos.

Vemos, portanto, que, durante a pandemia, houveram alterações na área administrativa, operacional e de relacionamento. Não à toa, começamos esse artigo dizendo que o mais correto seria indagar o que não mudará na cadeia de suprimentos pós-pandemia.

Agora que compreendemos alguns dos desafios dos últimos três anos e as principais soluções, vamos ver o que deve se manter e como a COVID-19 remodelou a cadeia de suprimentos.

Mas antes, não deixe de conferir: PREVISÕES LOGÍSTICAS PÓS-PANDEMIA E COMO MINIMIZAR OS PREJUÍZOS NESSE SETOR.

Cadeia de suprimentos pós-pandemia do Covid-19: quais soluções os maiores players do mercado absorveram e devem manter nos próximos anos?

Gerenciamento de risco

Segundo pesquisas desenvolvidas pela Mckinsey & Company , 95% das empresas entrevistadas afirmaram ter processos formais de gerenciamento de risco da cadeia de suprimentos. Outros 59% das empresas dizem que adotaram novas práticas de gerenciamento de risco da cadeia de suprimentos nos últimos 12 meses.

E o gerenciamento de risco se tornou um dos assuntos presentes no planejamento da maioria das empresas. Afinal, percebemos que a falta de estratégias de antecipação de riscos e contenção de prejuízos, tornou os desafios da pandemia ainda maiores.

Se essa já era uma estratégia que muitos pretendiam incluir no planejamento futuro, hoje, ela se tornou urgente. E deve, portanto, ser implantada o mais breve possível.

Operações remotas

A aplicação do trabalho híbrido, ou seja, parte presencial, parte remoto, já era uma tendência em diversos países do globo. Algumas empresas internacionais começaram a implantar a semana de 3 ou 4 dias, com o restante operacionalizado remotamente, no home-office.

Isso gerou ganhos em diversos sentidos, tanto de produtividade, como economia de custos fixos, de transporte e de infraestrutura. Além, claro, dos impactos positivos no clima organizacional e no bem-estar dos colaboradores.

Apesar de uma tendência, o mercado brasileiro ainda não estava disposto, tampouco preparado, para absorver esse movimento. Pelo menos até a pandemia, quando todas as empresas se viram obrigadas a operacionalizar grande parte de suas atividades remotamente.

Por falta de estrutura, muitas tiveram dificuldades, como:

  • falta de equipamentos que poderiam ser operacionalizados remotamente;
  • dificuldade em garantir disponibilidade e estabilidade para todos os colaboradores no home-office;
  • quebra em práticas que faziam parte da cultura da empresa, como reuniões diárias, visitas etc.;
  • entre outras.

Mas, com o planejamento correto e o investimento em tecnologias de cloud computing, sistemas integráveis e até mesmo o VPN, as empresas não só conseguem inserir a sua rotina no modelo híbrido, como o podem fazer para interações nacionais e internacionais.

Expandindo, assim, seu poder de alcance e demandando menos investimento ao apostar em novos pontos gerenciamento, de armazéns e distribuidores.

Não deixe de ler: SETOR DE SUPRIMENTOS REMOTO: TENDÊNCIAS QUE SE TORNARAM EMERGÊNCIAS NA SUPPLY CHAIN.

Transferência da localidade de alguns processos logísticos

Falando sobre a mobilidade das novas ferramentas e tecnologia, outro ponto muito explorado durante a pandemia, que pode se manter no mercado, é a transferência de localidade de operações em determinados nichos.

Neste caso, a transferência de algumas etapas logísticas ocorre para mais próximo do cliente final, como foi realizado pelo setor de saúde, por exemplo. Esse movimento teve como objetivo principal economizar gastos e minimizar os obstáculos de transporte, durante a pandemia.

De acordo com a pesquisa citada acima, essa é uma tendência menos abrangente que as demais. Afinal, ela é viável para apenas alguns modelos de negócios, ou para ser implementada no longo prazo. Como o mercado é variável, pode não ser uma estratégia interessante para empresas cujas estruturas são mais complexas, caras ou de grande porte.

Mas a descentralização e dissociação do local gerencial, do distribuidor ou dos armazéns, com a finalidade de ocupar espaços mais estratégicos para a empresa, ainda pode ser uma solução muito interessante para alguns nichos.

Digitalização

A digitalização foi, sem dúvidas, uma das tecnologias mais demandadas durante a pandemia e ela já estava no planejamento de muitas empresas. Mas, claro, foi acelerada nesse período para atender à demanda por mais agilidade, mobilidade e consistência das operações logísticas.

Para isso, muitos processos que eram realizados “analogicamente”, ou manualmente, passaram a operar no ambiente digital. Assim, etapas de armazenagem, gerenciamento, compras e transporte podem ocorrer com o uso de sistemas, softwares e sensores.

A automação é essencial para ganhar mais eficiência, otimizar os recursos e, consequentemente, garantir a competitividade da empresa. Além, claro, de possibilitar que os colaboradores foquem energia e tempo em atividades muito mais estratégicas para o seu negócio.

Essa, portanto, também é uma tecnologia que deve se manter e se fortalecer na cadeia de suprimentos pós-pandemia.

Requalificação

Capacitação e treinamento sempre foram ações extremamente importantes para atualizar o conhecimento e aprimorar habilidades do time de Supply Chain (e de toda a empresa, claro).

Mas elas se tornam ainda mais importantes na cadeia de suprimentos pós-pandemia. Afinal, percebemos, durante esse período, um gargalo extremamente prejudicial para qualquer empresa que atue na Era Digital: o desconhecimento tecnológico.

Grande parte dos desafios do trabalho remoto foi devido às falta de conhecimento dos colaboradores em operar ferramentas e sistemas digitais. Dificultando, assim, a mobilidade dos processos, a comunicação horizontal e vertical, além da produtividade de todo o time.

A requalificação foi uma solução muito estratégica para os grandes players minimizarem os desafios provenientes do período pandêmico. E também vai ser um processo importante para a cadeia de suprimentos pós-pandemia. Não mais para minimizar os desafios, mas para preparar a sua equipe para as rápidas transformações tecnológicas e inovações do setor.

Invista, portanto, em treinamentos, cursos de capacitação tecnológica, mentorias e materiais que mantenham o seu time atualizado e preparado para absorver as tendências do mercado.

Cadeia de suprimentos resiliente

Você, com certeza, deve ter escutado esse termo nos últimos meses, certo? Falaremos mais detalhadamente sobre a resiliência da cadeia de suprimentos em artigos futuros. Mas, resumidamente, trata-se da urgência em inserir práticas e estratégicas que ofereçam mais resistência e recuperação na área de Supply Chain.

Ou seja, a capacidade de minimizar os impactos gerados por eventos inesperados, ou disruptivos, e a habilidade de recuperar a performance o mais breve possível.

E, como você já deve imaginar, essa capacidade está intimamente ligada à gestão de riscos e tecnologias preditivas. A ideia de identificar os riscos antecipadamente e construir uma estrutura de prevenção e combate devem estar presentes na cadeia de suprimentos pós-pandemia.

O que você pode fazer para se adaptar às tendências da cadeia de suprimentos pós-pandemia?

Durante este artigo foram citadas algumas estratégias e ferramentas que surgiram (ou foram antecipadas) durante a pandemia e devem se manter nos próximos anos como fatores importantes.

Para te incentivar a atualizar sua estrutura da cadeia de suprimentos de maneira estratégica e mais inteligente, separamos algumas dicas de ouro para enfrentar o período pós-pandêmico. Confira:

1. Invista no seu time

Você viu acima que a requalificação é um processo fundamental para a cadeia de suprimentos pós-pandemia, certo?

Mas precisamos ir um pouco além. Apesar da automação e digitalização de processos, o capital humano da empresa é indispensável para operar diversas funções, ferramentas e aplicar estratégias.

Garantir que o seu time tenha o conhecimento necessário, a estrutura adequada e os recursos corretos impacta positivamente na produtividade e eficiência das operações logísticas.

Em uma cultura de customer centric, precisamos relembrar que os principais responsáveis por levar uma experiência de sucesso para os clientes são os nossos colaboradores. Portanto, invista no seu time!

2. Acompanhe os grandes players do mercado

A Covid-19, tal como grande parte das pandemias que já ocorreram, começou em um ponto e se alastrou para o resto do globo gradativamente. As fases, portanto, foram vivenciadas em diferentes períodos por diferentes países.

Empresas que conseguiram acompanhar esse processo e se inspirar em outras que estavam em fases posteriores, conseguiram minimizar alguns dos principais obstáculos e desafios do percurso.

E isso não é válido apenas para uma futura pandemia, as empresas devem estar atentas ao mercado interno e externo para atualizar suas ações, identificar tendências e, quando possível, antecipar ameaças.

3. Conte com a tecnologia para otimizar recursos e processos

Por fim, e talvez um dos pontos mais citados por aqui, a tecnologia foi e será uma grande aliada na cadeia de suprimentos pós-pandemia!

Seja na automação de processos, digitalização ou em tecnologias voltadas para as operações de armazenamento e transporte. O fato é que as empresas precisam modernizar sua estrutura tecnológica urgentemente.

Que tal começar pelos processos de Supply Chain?

Conte com o e-Procurement da IBID.

Nós fornecemos e auxiliamos na implantação de soluções e-Procurement para os processos de compras na Gestão da Cadeia de Suprimentos, por meio de módulos que podem ser implantados progressivamente.

E o melhor, tudo isso de acordo com as demandas, necessidades e possibilidades da sua empresa. Utilizando a tecnologia para gerar economia nos custos de aquisição dos insumos.

Além de permitir maior rastreabilidade e auditabilidade, com mais transparência à cadeia de suprimentos.

Ah! Com o e-Procurement você também pode contornar os desafios de comunicação que falamos por aqui. Afinal, a solução promove a colaboração eletrônica entre compradores e fornecedores, tornando-os reais parceiros de negócio.

Agende um horário com um de nossos especialistas e modernize a sua estrutura tecnológica!

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